Muitas vezes a pessoa tem dores no corpo todo. Nas articulações, músculos e tecidos moles e se dirige ao médico que constata. A senhora tem fibromialgia.
– Pois bem, o que é isso?, pode-se perguntar.
A resposta é complexa já que a fibromialgia é considerada uma síndrome. Por síndrome entende-se um conjunto de sinais e de sintomas que podem ocorrer simultaneamente em várias doenças com etiologia (origem) ainda difícil de ser detectada, explicada e definitivamente entendida
Antes de qualquer coisa, vamos explicar o que são sintomas. São as queixas que o paciente relata durante a entrevista ou anamnese realizada pelo médico ou terapeuta.
Já os sinais, são os achados físicos que o médico ou terapeuta encontram durante o exame clínico e não necessariamente relatados pelo paciente. A fibromialgia é reconhecida por intermédio do aparecimento de dores nos músculos e tecidos conectivo fibroso (ligamentos e tendões). O termo acabou substituindo a antiga denominação de fibrosite que, como toda ite, significa inflamação, neste caso, nas fibras musculares. E como ocorre com toda inflamação, a fibromialgia também desencadeia dor, calor, inchaço, vermelhidão e rigidez. Uma doença, segundo os preceitos da Medicina Tradicional Chinesa - MTC, uma doença yang.
Especialistas da área escolheram o termo fibromialgia que indica dor nas fibras musculares com etiologia – que quer dizer origem – ainda desconhecida. A patologia afeta músculos e seus locais de fixação nos ossos, ou seja, tendões e articulações. Embora diferente da artrite – uma inflamação que pode evoluir para artrose e causar até deformidade nas juntas – a fibromialgia é considerada uma forma de reumatismo dos tecidos moles e/ou musculares. E como a síndrome não pode ser detectada por intermédio de análises laboratoriais, seu diagnóstico depende, principalmente, das queixas e sensações dos pacientes (sintomas) e da avaliação dos sinais pelos médicos/terapeutas. Manifesta-se com dor muscular e cansaço e afeta, aproximadamente, 3,7 milhões de americanos, segundo estatísticas da The Arthritis Foudation, entidade americana que ajuda, em média, 43 milhões de pessoas que apresentam artrite e condições reumáticas ou músculo esquelético naquele país. Muito embora no Brasil não haja estudos oficiais, estima-se que mais de 5% da população possa desenvolver esta síndrome. Particularmente, acredito que este número está subestimado, uma vez que estudos genéticos realizados no mundo inteiro apontam que esta mesma cifra – 5% - da população mundial apresenta quadro de esquizofrenia. Ao meu ver, é fácil deduzir que na prática clínica as queixas de quadros fibromiálgicos são muito mais comuns que os relatados de queixas de esquizofrenia, mesmo os não atendidos, mas que podem ser levantados pelo histórico de nossos pacientes, ou por intermédio de parentes ou amigos.
O que dizem os estudos...
O que dizem os estudos...
Nos últimos 10 anos, a fibromialgia tem sido estudada em centros médicos no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, e também aqui no Brasil, reumatologistas e neurologistas procuram avaliar a sensibilidade e intensidade de dor em pontos específicos que podem ser reconhecidos durante a avaliação clínica. Esses pontos podem orientar os acupunturistas para o tratamento local e específico e também segundo análise detalhada dos meridianos atingidos em função dos sintomas apresentados nas regiões mais doloridas. A fibromialgia caracteriza-se pela manifestação de dor em todo o corpo, embora possa começar em determinada região como pescoço, ombro e espalhar-se em outras áreas. Pode apresentar dor em pontos sensíveis como escápula, acima dos glúteos, lado interno dos joelhos, cotovelos e ombros. Tende a apresentar dor bilateral, mas pode atingir apenas um lado do corpo. Pode ser ardência, incômodo, rigidez ou fisgadas. Pode variar de acordo com a hora do dia (o que facilita o tratamento por acupuntura segundo a circulação da energia nutridora no ciclo de 24 horas), tipo de atividade, clima, qualidade de sono e nível de estresse. Outros sinais apresentados pela patologia podem auxiliar no diagnóstico energético e na terapêutica preconizados pela Medicina Tradicional Chinesa – MTC, já que cerca de 90% das pessoas com fibromialgia sentem fadiga – de moderada a severa – perda da energia e redução da resistência aos exercícios físicos, com cansaço semelhante ao de uma gripe ou perda de sono, por exemplo. Pessoas com fibromialgia, depois de dormirem, acordam cansadas, embora possam ficar acordadas sem grandes dificuldades. Podem ter o sono profundo interrompido e apresentar outros distúrbios do sono como dificuldade de entrar na faixa de sono REM. Pacientes merecem acompanhamento multidisciplinar que englobe médicos, terapeutas, especialistas do sono, psicólogos, psiquiatras, enfermeiros etc. Também são indicados exercícios, relaxamento, medicamentos e Acupuntura. Sabe-se que pacientes que apresentam sintomas de fibromialgia podem apresentar ansiedade e momentos de tristeza e isolamento que, igualmente, sugerem tratamentos por acupuntura. Apresentam dificuldades em se concentrar e executar tarefas comuns e também podem sentir dormência e fisgadas nas mãos, braços, pés, pernas ou face. Podem sugerir síndrome do túnel do carpo, neurites, tendinites, bursite trocanteriana ou até mesmo esclerose múltipla. Além disso, podem queixar-se de cefaléias, tensão e enxaquecas e também de dores abdominais, inchaço no ventre e constipação, alterando-se com diarréia, o que leva a confundir com outra síndrome – do Colón Irritável – um dos sintomas que também podem ser identificados com a fibromialgia Irritabilidade na bexiga e urgência urinária – também relacionadas com a ansiedade – podem ser identificadas como sintomas da fibromialgia. Pele e circulação sangüínea sensíveis às mudanças de temperatura também podem ser um sinal importante da síndrome. Além das queixas de dores difusas e sensibilidade aumentada nos pontos anteriormente citados, atualmente estuda-se também a possibilidade de uma baixa do TSH – que é o hormônio da tireóide – que pode levar o paciente a apresentar sintomas semelhantes aos da fibromialgia.
O que causa:
Como toda patologia de etiologia – origem – ainda desconhecida, fatores isolados ou combinados podem desencadeá-la. Alguns tipos de estresse, traumas emocionais ou físicos, mudanças hormonais etc. podem gerar as dores generalizadas ou fadiga crônica que não melhoram com o descanso. Um exemplo: infecção, gripe ou mesmo um acidente de carro podem estimular o aparecimento da síndrome. Com isso, pessoas podem ficar inativas ou ansiosas, o que agrava ainda mais esta condição.
Como se trata:
Exercícios para fortalecer a musculatura e melhorar a aptidão cardiovascular.
Técnicas de relaxamento
Medidas para atenuar a tensão muscular.
Quiropraxia
Medicamentos para reduzir a dor e melhorar o sono e, principalmente, o equilíbrio bioquímico – ortomolecular
Acupuntura
Tratamento por Acupuntura:
A Acupuntura é muito eficiente para reduzir dor, estresse e induzir ao relaxamento e restabelecer o equilíbrio das funções, especialmente, hepáticas, vesiculares e endócrinas – como tireóide – e também atuar sobre o meridiano Baço Pâncreas (BP), especialmente indicado nas doenças auto-imunes, caso do reumatismo, por exemplo, também associados à sintomatologia da fibromialgia. Os pontos utilizados pelos médicos para identificar a síndrome servem, especialmente, aos acupunturistas, uma vez que indicam trajetos dos Grandes Meridianos que devem ser tratados de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes. Pontos álgicos para identificar fibromialgia são especialmente indicados para o tratamentopor Acupuntura.
Problemas no diagnóstico:
Como as pessoas com fibromialgia não apresentam qualquer tipo de resultado laboratorial, é comum que familiares e amigos cheguem a duvidar das queixas, o que aumenta o isolamento, fato que gera culpa e irritabilidade nos pacientes. No entanto, os problemas da dor e fadiga ocasionados pela fibromialgia devem ser tratados como outra doença qualquer. Até hoje, a ciência aponta que a fibromialgia não provoca deformidades e não varia de intensidade, nem progride com o passar do tempo.Exercitar músculos doloridos com alongamento e melhorar as condições cardiovasculares com exercícios aeróbicos são recomendados, uma vez que aumentam a resistência e reduzem a dor. Indica-se caminhar, andar de bicicleta, nadar ou hidroginástica. Deve-se estirar os músculos com calma e de maneira gentil, diariamente. São indicadas, além da acupuntura, técnicas de relaxamento como meditação, yoga, relaxamento muscular etc. Atualmente existem grupos de ajuda e classes educativas que podem auxiliar na ampliação dos benefícios destes tipos de auxilio terapêutico. Nos Estados Unidos – a Arthritis Foudation organiza vários grupos e reconhecem que pessoas com fibromialgia merecem um acompanhamento multidisciplinar com profissionais terapeutas, médicos, especialistas do sono, psicólogos ou psiquiatras, enfermeiros etc.
Publicado em: 01/12/2009
Perfil do AutorJoão Carlos Baldan é Acupunturista pela Associação Brasilera de Acupuntura - ABA, onde foi professor e diretor. O autor tem pós-graduação em Acupuntura pelo Instituto Brasileiro de Homeopatia e Acupuntura - Ibraho e Faculdade Dr. Leão Sampaio e é especializado em Psicopatologia pelo NAIPPE-USP. Criou, produz e apresenta o programa Salutis - Saúde e Qualidade de Vida, TV pela Internet - site www.alltv.com.br, toda segunda-feira, às 17h, com participação ao vivo dos internautas. Página eletrônica www.jcbaldan.com.br e-mail: clinica@jcbaldan.com.br. (Artigonal SC #1528088)
Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/medicina-alternativa-artigos/fibromialgia-esta-dificil-incognita-que-esta-na-moda-1528088.html title Fibromialgia. Esta Difícil Incógnita Que Está Na Moda http://www.artigonal.com/medicina-alternativa-artigos/fibromialgia-esta-dificil-incognita-que-esta-na-moda-1528088.html
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