HIPER OU HIPOTIROIDISMO? COMO SABER?

A glândula tireóide é de suma importância no complexo organismo humano agindo na função de órgãos importantes tais como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere também no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional. Ela é de tamanho pequeno, em forma de borboleta com peso aproximado de 15 a 25gr, localiza-se na base do pescoço logo abaixo da região conhecida como "pomo de adão" e é responsável pela fabricação dos hormônios tiroxina, também chamada de Tetraiodotironina (T4) e Triiodotironina (T3), secretando-os no sangue e assim se dá a influência desses hormônios no metabolismo ósseo e na manutenção da concentração de cálcio e fósforo do organismo.

Quando a concentração desses hormônios é reduzida no sangue o organismo funciona de forma mais lenta o que chamamos de Hipotiroidismo, que tem como queixas:

• cansaço,
• depressão,
• hiperlipidemia,
• anemia,
• cãibras,
• alteração da voz,
• inchaço no corpo (mixidemas),
• pele ressecada e amarelada,
• cabelos ásperos
• sonolência extrema
• lentidão muscular, unhas quebradiças,
• constipação intestinal,
• frequência cardíaca diminuída,
• lentidão mental,
• diminuição do crescimento do cabelo,
• fadiga,
• perda do apetite,
• período irregular da menstruação ou ausência da mesma
• aumento de peso

Os níveis de colesterol tendem a elevar-se devido à deficiência do hormônio tireóideo em diminuir a excreção de colesterol pelo fígado.


O tão conhecido "teste do pezinho" tem a finalidade de detectar o hipotiroidismo em recem-nascido e se confirmado a criança deve ser tratada o mais rápido possível.

O hipotiroidismo pode estar ligado a:

• fatores genéticos,
• baixa ingestão de iodo,
• tireoidite de Hashimoto ou autoimune, onde o corpo produz anticorpos que destróem a própria tireóide
• congênita, onde já se nasce com a ausência parcia ou total da glândula
• cirúrgica, tendo em vista a retirada da glândula por intervenção

A maioria dos casos de hipotiroidismo não tem cura havendo apenas o controle pela reposição hormonal.

Já no hipertiroidismo existe um aumento na concentração dos hormônios tireoidianos no sangue,  assim causando uma aceleração no trabalho do organismo. É caracterizado por:

• nervosismo,
• aumento da suderose,
• intolerância ao calor,
• palpitações,
• cansaço,
• perda de peso,
• diarréia,
• tremores,
• exoftalmia (olhos saltados),
• fraqueza muscular,
• insônia

Pode ter como causa:

• doenças de graves a autoimune em que o sistema desenvolve anticorpos capazes de aumentar a produção hormonal
• medicações com maior teor de iodo em sua constituição
• diversos tais como tumores, inflamações causadas por infecção viral e ingestão excessiva de iodo

Temos também como causa de hipertireoidismo o bócio nodular autônomo e bócio multinodular em que os nódulos se tornam autônomos, quando digo autônomo significa que a glândula produz o hormônio da tireóide sem controle pela hipófise que é uma glândula localizada na base do cérebro responsável pela estabilização desses e de outros hormônios.
O hipertiroidismo resulta em um estado metabólico hiperativo em que as funções do corpo aumentam, em especial a digestão, tendo como resultado a má absorção de determinados nutrientes.

Existem diversos tratamentos que dependem da causa do distúrbio hormonal em questão, podendo ser tratamento medicamentoso, com iodo radioativo (dose terapêutica) ou cirurgia.

Procure sempre um endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia para garantir uma avaliação e tratamento realizados por um especialista.

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Essas informações têm objetivos meramente informativo e educacional. Para fins de orientação procure o profissional adequado para o devido esclarecimento.

Dr. Ricardo Drumond
Endocrinologista
Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia
Coordenador Técnico
Projeto Doutores de Coração