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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

EFEITO DA DIETA HIPOLIPÍDICA (POBRE EM GORDURA) E DO EXERCÍCIO NO PESO CORPORAL E NOS NÍVEIS DE GLICOSE E TRIGLICERÍDEOS.

Estou escrevendo esse post para esclarecer aos leitores que apresentam hipertrigliceridemia (triglicerídeos altos). Cito o caso de uma paciente minha, magra e que faz a dieta corretamente, mas informa que só consegue reduzir o nível de triglicerídeos quando entra em um programa de atividade física constante. Esse caso é muito importante porque mostra que nem todas as pessoas com colesterol alto são obesas, existe a dislipidemia primária, em que o problema está em como o corpo metaboliza e elimina as partículas de colesterol e em alguns casos não se consegue reduzir os níveis de colesterol sem a ajuda de uma medicação. Porém, a não ser que os níveis de colesterol e/ou triglicerídeos estejam muito altos (triglicerídeos acima de 500mg/dl, LDL acima de 200), podemos obter um bom controle apenas seguindo algumas mudanças de hábitos alimentares e de vida. É preciso saber que não basta apenas controlar as gorduras da dieta, mas devemos controlar também os carboidratos (massas e açúcar) da dieta, pois estes podem ser usados para formação de novos precursores de triglicerídeos (Vldl) pela via da neo lipogênese (formação de lipídeos pelo fígado). O carboidrato da dieta deve ser o complexo (cereais, grãos, arroz integral) e não o simples (pão, doces, açúcar, muitas frutas também aumentam os triglicerídeos através da frutose) pois o carboidrato simples é absorvido rapidamente fazendo um estímulo maior da liberação de insulina pelo pâncreas. Mudanças hormonais e metabólicas resultantes da ingestão de dietas hiperglicídicas (com alto índice glicêmico) que são encontradas nas dietas com alto teor de carboidratos simples, são a elevação da glicemia (glicose) e da insulinemia(insulina) pós-prandiais, que levam ao rápido armazenamento de substratos na forma de gordura corporal e estimulam a fome, acarretando em ganho de peso e aumento dos triglicerídeos. Existem várias opiniões médicas em relação a dieta ideal.  Na minha opinião a melhor dieta é a pobre em gorduras(30% da Valor energético total) porém com grande parte dessa gordura consistindo em monossaturados como o azeite por exemplo,carboidratos de 40 a 50% dando preferência para os complexos com baixo índice glicêmico e 20% proteína. O que acontece é que a maioria das pessoas quando vai fazer uma dieta hipolipídica não abre mão dos carboidratos simples e, diga-se de passagem, que na dieta hipolipídica há um maior consumo de carboidratos.
Sobre o exercício
Além da dieta hipolipídica eu sempre aconselho os meus pacientes que é obrigatório a prática de atividade física, pois ela contrabalança o efeito do maior consumo de carboidratos (simples ou complexo) na dieta hipolipídica. O que ocorre é que o exercício físico provavelmente reduz a trigliceridemia aumentando a atividade da LPL (lípase lipoproteica) induzida pela atividade física , e assim aumentando a taxa de remoção de triglicérides. Há evidências de que o exercício estimula o aumento da expressão da LPL no músculo, mas não no tecido adiposo; ou seja, o exercício favorece desta forma, a oxidação dos ácidos graxos provenientes de lipoproteínas, e não seu armazenamento; pois no fígado esta enzima é responsável pelo armazenamento da gordura. No paciente com diabetes descompensado ou com síndrome metabólica ,devido ao nível elevado de insulina (hiperinsulinêmica) que estimula a lípase lipoproteica no fígado,ocorre exatamente o contrário,ou seja, uma dificuldade da captação da glicose e dos triglicerídeos na periferia(diga-se músculo)e aumento de acúmulo visceral(fígado) levando ao fígado gorduroso (esteatose hepática). Além disso, o treinamento aeróbio aumenta(condiciona)a capacidade de oxidação de lipídios durante exercício sub-máximo no músculo. Outra hipótese é a de que a redução da trigliceridemia resultante da prática regular de atividades físicas pode ocorrer, também, em função da redução da secreção hepática de triglicérides pela diminuição dos níveis de insulina pela melhora da resistência à insulina. Termino aqui esse post, enfatizando que o exercício físico e uma boa dieta acompanhada por um profissional nutricionista devem ser encarados não com um complemento do tratamento e sim como o tratamento em si.

NOTA- a dieta mencionada é para o paciente com dislipidemia e sem diabetes, o paciente com diabetes se benefícia mais com uma dieta pobre em carboidratos.

Dr. Ricardo Drumond - médico endocrinologista, voluntário e coordenador do PROJETO DOUTORES DE CORAÇÃO.


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